Quando recebemos um feedback negativo, a reação natural é justificar o porque agimos assim, tomamos tal decisão ou tivemos um mal resultado. Procuramos alguém para culpar e lançar a responsabilidade pelo “desastre” ocorrido.

E isso acontece por vários motivos, mais vou me ater e abordar 2 deles:

1) Capsula de Proteção

Criamos no nosso cérebro uma “cápsula de proteção” que nos impede de enxergar a falha, o erro, comportamento consciente ou inconsciente e a reponsabilidade parcial ou total pelo fato.

Esta cápsula cria uma falsa sensação de razão, estar sempre certo, teimosia, teoria de que sabe tudo sem dar margem para opiniões, forma uma cegueira que impede enxergar o que melhorar, o que aprender, como crescer e otimizar nossa performance. Não temos a circunspecção de olhar para nós mesmos e avaliar o nosso desempenho.

Afinal, é difícil nos avaliar, olhar para nós e ter a visão dos nossos pontos negativos. É mais fácil enxergar e apontar as falhas de terceiros e as vezes até dizemos: Que erro gritante, será que fulano não vê que está errado? E algumas falhas saltam naturalmente aos nossos olhos. E porque é tão fácil ver os erros dos colegas e não os nossos? Porque estamos do outro lado, não estamos envolvidos no cenário, somos os espectadores e como espectadores somos excelentes críticos.

No entanto é de suma importância termos essa consciência de que geralmente “alguém” de fora tem uma visão melhor das nossas ações do que nós mesmos. Na maioria das vezes nossos gestores nos dão feedback dos pontos a melhorar porque querem nosso crescimento, querem nos tornar profissionais de alto nível, querem nos ver acertando mais do errando, para elevar o resultado individual e do time.

Mas infelizmente, estamos fechados no nosso mundo, envolto a capsula de proteção e não conseguimos ampliar os horizontes e tomar as rédeas da situação.

2) Teoria da Vitimização

Temos mania de achar que somos vitimas, nos apegamos a teoria da vitimização, onde a todo momento terceiros são culpados por tudo que acontece e somos as vítimas.

Se não recebe aumento a culpa é do superior, ele está te perseguindo. Será? Será que seus resultados tem sido bons o suficiente? O quanto seus resultados tem agregado valor para empresa/organização e contribuídos com os resultados? O que você faz de diferente para justificar um aumento salarial?

Se acontece uma briga com o cônjuge a culpa é dele (a). Ele (a) está sempre errado, é insensível, egoísta só pensa nele (a), não vê o seu lado. Você faz de tudo e ele (a) não vê, você é o (a) coitado (a) da história, sofrendo injustiças.

Se é demitido, não sabe o porque isso aconteceu. A empresa não soube te valorizar, não viu o seu potencial. E você demonstrou este “potencial”? Se foi corte de funcionários, infelizmente você estava entre a redução e foi dispensado. Ora se você fosse um dos melhores estaria lá entre os que ficaram!

E assim ficamos lamentando a derrota, culpando Deus e o mundo e nos perguntando: Porque eu? Eu não merecia passar por tudo isso, não tenho culpa de nada, não contribuí para este acontecimento e este loop infinito nos faz afundar em nossas dores, medos, angustias, decepções.

Como combater a capsula de proteção e a teoria da vitimização? Como receber bem os feedbacks e otimizar os resultados?

1) Tenha Autorresponsabilidade

“Você é o único responsável pela vida que tem levado. Você está onde se colocou. A vida que você tem levado é absolutamente mérito seu, seja pelas suas ações conscientes ou inconscientes, pela qualidade de seus pensamentos, seus comportamentos e suas palavras. Por mais doloroso que seja, foi você que levou a sua vida ao ponto que está hoje. Sendo assim, só você poderá mudar essa circunstância.” Paulo Vieira, autor do livro: Poder da Ação.

Como diz Paulo Vieira no trecho acima, nós somos responsáveis pela vida que levamos, em outras palavras, somos responsáveis pelo que deu certo e o que deu errado, os acontecimentos são resultados das nossas ações ou omissões.

Dificil né? Mais é isso mesmo! Precisamos repensar nossos pensamentos e atos. Assisti uma palestra do Geraldo Rufino, o empresário negro, conhecido como ex-catador de latinha, ele enfatiza que desde pequeno sua mãe dizia que ele precisava somente ter saúde e do dia para as coisas acontecerem, independente da cor da sua pele e da sua situação financeira, só dependia dele fazer a diferença. E foi com este conselho que ele começou a trabalhar e no seu primeiro “emprego”, como catador de latinha, ele era o que acordava mais cedo entre os outros meninos e o que parava de trabalhar mais tarde, com isso ele era o que “ganhava” mais dinheiro.

E este diferencial ele empreendeu em todos os demais empregos que teve. Ele sempre soube que os resultados dependiam única e exclusivamente dele e que ele tinha a capacidade de criar as oportunidades que precisava para alcançar seus objetivos, e, assim aconteceu.

Não estou dizendo que a todos se aplicam a mesma técnica, cada um tem um objetivo de vida e cabe a cada um descobrir qual a forma de atingir este objetivo. Uma coisa é fato: não é se envolvendo na capsula de proteção e nem vitimizando, pelo contrário é se responsabilizando pelos seus pensamentos, comportamentos, atitudes e resultados.

Não está contente, tente outro caminho, outra forma, faça diferente, mais não cruze os braços se sentindo coitado (a), levante e aja!

Um exemplo impar, de um ser totalmente evoluído e fantástico é Nelson Mandela. O cara ficou preso por 27 anos, enquanto seus colegas de cela, vitimizavam e colocavam a culpa em tudo e em todos, ele se preparava fisicamente e mentalmente para sair e mudar as condições do seu país, ele sabia que de certa forma era responsável pela sua prisão e que somente ele poderia mudar este quadro. Ele foi capaz de extrair pontos positivos da escuridão, de ser superior aqueles que torturaram sua alma. E ele saiu da prisão, não querendo vingança ou destruir todos que te fizeram “mal”, e sim exercendo o perdão e com foco em mudança e revolução.

É isso que a autorresponsabilidade causa, a ânsia em mudança, persistência, tentativas, confiança, ação. Isso não quer dizer que você resolverá seus problemas com facilidade, isso quer dizer que você não desistirá diante das dificuldades, não cruzará os braços e ser simplesmente os bastidores da própria vida!

2) Seja Flexível

Seja flexível, aberto a criticas e as opiniões de terceiros. Precisamos aprender a ouvir mais, a avaliar as situações por outros ângulos de visões e ter a capacidade de extrair o melhor dos feedbacks que recebemos. Precisamos parar de justificar as falhas, fazer uma retrospectiva e encontrar o momento, o ponto, a causa que gerou aquela ocorrência negativa.

Isso só é possível se formos flexíveis, se tivermos mente aberta, se rompermos cápsula de proteção da qual estamos envoltos e pararmos de nos posicionar como vitimas. E este rompimento só depende de nós!

Ser flexível, não é dar ouvido a tudo e a todos, é ter maturidade para avaliar as críticas e saber destacar o que pode ser utilizado para contribuir com a mudança que necessitas implementar, e descartar o que desagrega. É saber lidar com as pessoas e as situações de todas naturezas.

3) Seja autor (a) da sua vida, sua história

A partir do momento que rompemos a cápsula de proteção, deixamos de nos posicionar como vitimas e tomamos postura autorresponsável, tornamos autores da nossas vidas e escrevemos nossa história. Isso porque não somos mais reativos e sim ativos, começamos a agir e focar em crescer, possuímos insatisfação positiva que é querer mais e melhor sempre.

Começamos a entender que sempre há espaço para melhoria e a buscamos constantemente. Com isso os resultados aparecem e obtemos cada vez mais confiança.

Nesta senda, gradativamente, a cada conquista, solução de problemas e aprendizados, teremos a certeza de que o céu é o limite e que podemos ser pessoas fantásticas, capazes de mudar a história de pessoas medianas para extraordinárias.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/como-receber-feedback-e-otimizar-resultados/111762/